terça-feira, 22 de novembro de 2011

O tratamento.


Conhecimento: Uma das etapas importantes para o tratamento do TDAH é o conhecimento: por parte do especialista, da família e do próprio sujeito com o transtorno.
A informação sobre o TDAH serve de auxílio ao sujeito e à sua família para compreender as situações onde sua vida é afetada. O especialista no assunto também pode ajudar ambos a entender esses efeitos e assim é possível trabalhar os sintomas em direção à uma melhoria na qualidade de vida da pessoa.  

Apoio técnico:É um conjunto de de pequenas medidas e atitudes que acabam por criar para o DDA uma estrutura externa capaz de facilitar em muito o seu cotidiano. É a criação de uma rotina pessoal que estabeleça horários, compromissos e cronogramas. Um exemplo de apoio técnico é uma agenda na qual a pessoa com o TDAH deverá anotar sua rotina e à qual deve consultar com frequência.



Medicamentos: O uso de medicamentos mostra resultados eficazes, mas para isso, o paciente, a família e o especialista devem trabalhar em conjunto, definindo o que se deseja melhorar no comportamento do TDAH.
São usadas 3 categorias de medicamentos: os estimulantes, os antidepressivos e os acessórios.

- Estimulantes: o mais usado e disponível do mercado famacêutico no Brasil é a Ritalina (metilfenidato). Os estimulantes são usados pois produzem aumentos na concentração, diminuem a impulsividade e hiperatividade, além de poder atuar na
redução da ansiedade e na melhoria dos estados depressivos.

-Antidepressivos: desipramina (Norpramin®), a imipramina (Tofranil®), a venlafaxina (Efexor®), a bupropiona (Zyban®), a fluoxetina (Prozac®), a sertralina (Zoloft®) e a paroxetina
(Aropax®). O Norpramin é o mais usado pois tem efeitos parecidos com os dos estimulantes, mostra-se eficaz com baixas dosagens e é tomado em uma única dose diária.
A combinação de baixas doses da desipramina e metilfenidato costuma funcionar muito bem e tem a grande
vantagem de evitar que se utilizem doses mais elevadas de uma ou de outra medicação.
Os outros antidepressivos tem efeitos menos específicos nos sintomas-alvo das pessoas com TDAH, sendo mais usados na presença de comorbidades.

- Medicações acessórias: São remédios para amenizar efeitos colaterais da medicação principal, como betabloqueadores (Propanolol); para tratar detalhes que não foram tratados com a medicação principal, como lítio, ácido valpróico, carbamazepina, nadolol, propanolol, clonazepan e clonidina. 

É importante lembrar que a medicação por si só não é o tratamento e que o consumo deve ser acompanhado por especialistas.


Psicoterapia: Deve ser diretiva, objetiva, estruturada e orientada a metas.
É a chamada Terapia cognitivo-comportamental e consiste na busca de mudanças nos afetos e comportamentos por meio da restruturação cognitiva, isto é, substituir crenças e formas de interpretar situações que sejam negativistas e disfuncionais. O paciente também é instruído a fazer tarefas de casa, planejadas com o terapeuta, que servem para mudar rotinas e comportamentos no sentido de melhor a qualidade de vida do paciente.
Os focos dessa terapia podem ser previamente delineados, mas o ritmo e a forma devem ser específicos à cada paciente.
É importante trabalhar:



- Solução de problemas e habilidades sociais: visa melhorar a impulsividade que pode estar prejudicando relações e afazeres cotidianos. Para isso, o terapeuta deve trabalhar com o sujeito formas de identificar seus problemas, pensar as várias opções de solução e escolher a mais adequada, habituando o paciente a ponderar as situações, aumentando o nível de tolerâncias as frustrações, evitando as reações exageradas onde as consequências são desconsideradas. 

Relaxamento: é direcionado para minimizar o impacto da ansiedade e de suas
manifestações somáticas, como taquicardia, tensão muscular, tremores e outras sensações desagradáveis.
Ele inclui reeducação da respiração, da postura e o aprendizado de alguma técnica de relaxamento a ser
empregada com regularidade.

- Elaboração de uma agenda: cumpre a função de estruturar as tarefas e
atividades de um DDA, de modo a impedir que se enrede em sua própria desorganização e fique pulando de
uma atividade inacabada para outra. Os efeitos benéficos mostram-se tanto em um aumento de
produtividade como em um aumento no senso de autodomínio experimentado pelo paciente DDA. Diminuem a sensação de caos interno e externo experimentada pelo TDAH. O terapeuta deve sempre incentivar o paciente a seguir essa agenda. 

Reestruturação de formas de pensar que podem estar sendo prejudiciais: O terapeuta investiga pensamentos e crenças do seu paciente para verificar sua veracidade e funcionalidade com base em dados reais, pois, muitas vezes, o paciente está com a auto estima tão baixa que tende a focar sua visão de mundo somente aos aspectos negativos das situações e problemas que vivencia. Sendo assim, é preciso auxiliar o sujeito com TDAH através de questionamentos e descobertas guiadas a tirar conclusões mais reais e menos carregadas de matizes emocionais, baseando-se em evidencias concretas que acontecem na vida deste.
 





Um comentário:

  1. Parabéns pelo post. Muito interessante e útil, principalmente a parte da psicoterapia, que é bem esclarecedora.

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